quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sociedade estamental




Há muito tempo, com o movimento Iluminista, a ideia de sociedade estamental foi abolida, a ideia de que se você nasce em um grupo social, deve permanecer nele porque Deus quer assim, acabou. No entanto, grande parte da população, pelo menos na minha visão, continua vivendo em uma sociedade estamental, não há mobilidade social e, quando há, é por alguma perda, onde a pessoa passa a ter condições piores do que possuia antes.
Não sei se é por falta de educação, informação ou até mesmo preguiça, confesso nunca ter vivido condições semelhantes às pessoas que residem à comunidades, quais não demonstram nenhum interesse em melhorar sua situação de vida. Primeiramente, não buscam ensino de qualidade, mesmo que não tenham condições de pagar escolas caras, no nosso país ainda existe ensino público de qualidade, eu, por exemplo, estudo no Colégio Pedro II, colégio federal e um dos melhores do Rio de Janeiro e, tenho certeza, que com meu esforço, fazendo minha parte, dará uma ótima base para que eu faça uma faculdade e tenha um currículo, no mínimo, bom. Em segundo lugar, as mulheres são, desde sempre, uma camada desfavorecida em nossa sociedade machista, no entanto, ao invés de lutarem cada vez mais por nossos direitos, ou, pelo menos, estudarem, para mostrarmos cada vez mais nosso bom desempenho e expansão no mercado de trabalho, tem meninas que não pensam em nada além de sexo e sair com as amigas, quando não em sexo, álcool, o que geralmente acaba levando a sexo em alguma embriagues mal sucedida, na qual acaba caindo nas mãos de algum menino mal intencionado, o que gera uma gravidez precoce, faz com que a menina largue os estudos para cuidar da criança, trabalhe como empregada doméstica para poder sustentar a criança e, creio eu, que com o salário de doméstica, não consiga um salário tão bom, que lhe forneça uma vida sustentável e uma casa fora de alguma comunidade carente. E ainda resta a opção do comodismo, a pessoa já está tão acostumada a viver com condições ruins, que não procura melhorar sua vida, estudar mais, fazer cursos, para que possa se candidatar a um emprego melhor, mais bem pago, que lhe forneça uma condição de vida melhor.

E se você ainda está lendo, resta-lhe uma única pergunta: Se eu, uma menina de 14 anos, escrevi tudo isso, por que será tão difícil para as pessoas perceberem e tentarem mudar sua história ?


Música do dia: Cajuína - Caetano Veloso